quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
"aqui dentro eu sou uma vadia"
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
por dentro de um privê - fast food do sexo
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
sexo no salão
“Me paga uma bebida, querido?”
O pedido é o mais comum nas boates do centro. As garotas se apresentam aos clientes, conversam algumas palavras e não demoram a lançar a pergunta. Quem não está acostumado ao funcionamento das casas, pode estranhar o valor apontado nas comandas. Uma lata de cerveja nas Koquetel Drinks, por exemplo, sai por treze reais. A explicação para a inflação é simples. Do valor, seis reais vão para o bolso da garota que convencer alguém a bancar a bebida. Mas o homem que paga a cerveja ou um drinque também não está interessado apenas em beber. Por cada item marcado na comanda, ele pode ficar “namorando” a garota no sofá, com amassos, passadas de mão e até mesmo beijos de língua, dependendo da garota e da química entre ela e o cliente.
Nas casas da avenida Rio Branco, porém, o clima não esquenta muito e os drinques normalmente são apenas o começo do que vai terminar nos quartos. Em outras boates a coisa funciona de outra maneira. No Garota de Ipanema e na Thells, ambas na rua Aurora, uma garrafa de cerveja não corresponde somente a amassos. A recompensa pode ser uma punheta ou boquete ali mesmo em meio ao salão, nos sofás. Desse jeito, o bar acaba também faturando mais para a casa, já que os clientes tem mais motivos para pagar os exorbitantes preços cobrados pelos drinques. As mulheres que começam a freqüentar o local não demoram a perceber que é preciso se adaptar para conseguir lucrar o máximo possível.
Vivian, que chegou há três meses da Bahia para trabalhar nas boates de São Paulo, lembra que sofreu no começo. Em alguns lugares passou noites inteiras sem tirar um único centavo. Com o tempo, começou a observar e conversar com as outras meninas. Ouvindo a voz da experiência, as coisas melhoraram. “Antes eu não bebia quase nada. Agora aprendi que não tem jeito, tem que beber. Outra coisa é que com homem que não bebe eu nem perco tempo. Não vale a pena, não dá dinheiro”, explica. Vivian também precisou perder um pouco da timidez para agradar aos clientes. E mentir também. “Tem que elogiar, fazer um carinho, deixar o cara na vontade”. As mãos precisam ser hábeis e ir no ponto certo. Ela precisa ser rápida também no copo. Quanto mais secar as garrafas pagas pelos homens, menos tempo precisa perder com o cliente e mais comissão é arrecadada.
O movimento na boate também influencia o tratamento dado ao visitante. Se a casa está cheia, Viviane não perde tempo: é direta e dispensa rapidamente aqueles que não se animam a desembolsar os quinze reais cobrados pelas garrafas de cerveja. Se há poucos clientes, ela se esforça mais para convencer os homens e até mesmo diminui as próprias exigências. E o cliente pode ganhar uma chupada em troca de uma única garrafa, quando a recompensa normalmente vem apenas na segunda. A simpatia também pode render frutos. Ainda assim, ela ressalta que não tem como perder muito tempo com quem não está disposto a abrir a carteira – mesmo que a agrade. “O pessoal fica de olho. Se não tem garrafa em cima da mesa, não pode fazer nada”.
Para ganhar mais dinheiro, porém, ela e as outras meninas chegam a desobedecer as regras da casa. Em programas comuns, tira trinta reais por meia hora de sexo – outros trinta ficam para a boate. Para conseguir atrair o cliente com um preço menor e ao mesmo tempo evitar dar metade do valor do programa para a chefia, Viviane às vezes oferece uma rapidinha para o visitante ali mesmo nos sofás, desde que a gerente não esteja por ali. “Tem que ser meio discreto, mas dá pra fazer. E é meter de olho no balcão”, conta, divertindo-se com a situação. O que ela não faz, por mais que a oferta seja tentadora, é programa fora da casa. “Acho muito perigoso. A gente não sabe quem é a pessoa”.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
tudo é negócio
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Rua dos Andradas, 69
domingo, 29 de novembro de 2009
estação da luz: passarela do sexo
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Uma volta pelo Parque da Luz
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
dez reais, dez minutos
terça-feira, 24 de novembro de 2009
no escurinho do cinema
A sala é como a de um cinema comum, mas pequena e com pouco espaço entre as fileiras, preenchidas por cadeiras estofadas . Na tela, um filme pornô americano. Gemidos altos saem pelas caixas de som e enchem o ambiente. Na platéia, poucos homens – cinco ou seis naquela tarde, a maioria prestando atenção ao filme. À primeira vista, nenhuma garota no local. Mas gemidos revelam que estão todas em um único lugar, um canto próximo à entrada. Ali, um senhor de cerca de sessenta anos recebe um boquete de uma garota enquanto um rapaz mais novo se atraca com uma loira. Uma morena se divide entre os dois homens e se agarra também com as colegas. As mulheres gemem alto. “Vai gostoso, vai”, enquanto se dedicam a satisfazer os clientes. O velho então goza, ali, no chão mesmo. O outro sujeito parece se cansar e vai embora. O senhor conversa um pouco com as garotas, em voz baixa, o pênis ainda para fora da calça. Depois de se despedir com um beijo no rosto, fecha a braguilha e deixa a sala.
As meninas saem com o velho para voltar após poucos minutos. Partem em direção à platéia, em busca de mais um cliente. Um rapaz levanta o braço, chamando. A loira e a morena vão até ele. Conversam durante um minuto. Uma das mulheres sai da sala enquanto a outra desce com o garoto, que aparenta vinte e poucos anos, para a primeira fileira da sala. A loira retorna, dois copos de cerveja na mão. “Pagando uma cerveja, que é dez reais, você pode namorar gostosinho aqui no salão”, explica Jana. A brincadeira pode ser nas poltronas mesmo ou nos cantos do cinema, em pé. “Se você ficar com vergonha, dá pra colocar um pano na luz ali”, sugere. O programa completo sai por quarenta reais e é feito em um reservado. “Não é bem um quarto. Quer dizer, é, mas eles não investiram. Mas dá pra se virar”.