A sala é como a de um cinema comum, mas pequena e com pouco espaço entre as fileiras, preenchidas por cadeiras estofadas . Na tela, um filme pornô americano. Gemidos altos saem pelas caixas de som e enchem o ambiente. Na platéia, poucos homens – cinco ou seis naquela tarde, a maioria prestando atenção ao filme. À primeira vista, nenhuma garota no local. Mas gemidos revelam que estão todas em um único lugar, um canto próximo à entrada. Ali, um senhor de cerca de sessenta anos recebe um boquete de uma garota enquanto um rapaz mais novo se atraca com uma loira. Uma morena se divide entre os dois homens e se agarra também com as colegas. As mulheres gemem alto. “Vai gostoso, vai”, enquanto se dedicam a satisfazer os clientes. O velho então goza, ali, no chão mesmo. O outro sujeito parece se cansar e vai embora. O senhor conversa um pouco com as garotas, em voz baixa, o pênis ainda para fora da calça. Depois de se despedir com um beijo no rosto, fecha a braguilha e deixa a sala.
As meninas saem com o velho para voltar após poucos minutos. Partem em direção à platéia, em busca de mais um cliente. Um rapaz levanta o braço, chamando. A loira e a morena vão até ele. Conversam durante um minuto. Uma das mulheres sai da sala enquanto a outra desce com o garoto, que aparenta vinte e poucos anos, para a primeira fileira da sala. A loira retorna, dois copos de cerveja na mão. “Pagando uma cerveja, que é dez reais, você pode namorar gostosinho aqui no salão”, explica Jana. A brincadeira pode ser nas poltronas mesmo ou nos cantos do cinema, em pé. “Se você ficar com vergonha, dá pra colocar um pano na luz ali”, sugere. O programa completo sai por quarenta reais e é feito em um reservado. “Não é bem um quarto. Quer dizer, é, mas eles não investiram. Mas dá pra se virar”.
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