quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Quatro jornalistas adentram o mundo da prostituição na região central da metrópole
terça-feira, 19 de outubro de 2010
glamour e boca do lixo - versão argentina
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
advogada e puta
domingo, 4 de abril de 2010
Quarenta trepadas antes de ir para a cama
“Eu não quero criar raiz aqui. Estou só até juntar um dinheiro pra comprar um apartamento, dar uma ajeitada na vida, sabe?”, explica Pâmela, enquanto toma uma lata de cerveja, sentada em uma mesa na antesala de um dos apartamentos do Itatiaia. Para isso, ela trabalha duro. Sai de Mogi das Cruzes todos os dias para ir até o centro – o trajeto, entre distância a pé e trem, demora cerca de uma hora e meia. Chega ao prédio às dez horas. O expediente ali dura até as nove.
O número de programas negociados durante o período de onze horas em que fica por ali pode variar muito de um dia para o outro. Pâmela, porém, garante que nunca voltou para casa de bolso vazio. “O mínimo que eu já fiz foram dois programas. Em dia normal, fica entre uns dez e vinte. Agora, às vezes, pode ser mais, bem mais. Já cheguei a fazer quarenta em um dia”, conta ela, se divertindo com a situação. “Tenho compulsão por sexo. Então, quando eu to com o cliente, começo a fantasiar e tentar agradar ele. Aí acabo gostando também. É melhor assim né, nessa parte eu sou quase homem”, brinca. Até por isso, revela que aceita fazer até programas com dois, três clientes, mas jamais faria sexo com uma mulher.
Nesse ritmo, consegue uma renda mensal de cerca de seis mil reais. “Dá pra viver bem, comprar roupa, às vezes sair sem se preocupar muito com quanto vai dar a conta”. Pâmela tem trinta e seis anos – não é muito nova, mas isso não importa. No edifício, trabalham desde garotas que acabaram de completar dezoito anos, até senhoras na casa dos sessenta. As mais novas, porém, costumam angariar a maioria dos clientes – seja pela aparência que agrada mais aos visitantes, seja pela disposição maior na hora de buscar os homens.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
um guia para os putanheiros
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Tássia gostosa, anal s/ frescura - TX R$10
“É que nem andar de bicicleta. A gente vai tentando, tentando, tentando...até que não quer mais sair de cima”, exemplifica Tássia, brincando, ao contar sobre como começou na prostituição. A loira de trinta e um anos, nasceu no Paraná e veio para São Paulo há dez anos, acompanhada do marido. O primeiro emprego na capital foi como diarista, mas o trabalho era muito, e o dinheiro, pouco.
Quatro anos depois, conheceu uma garota que fazia programas na ruas do Brás. A amiga contava sobre o dinheiro que conseguia – muito mais do que o salário de Tássia, que acabou convencida a também tentar a sorte por lá. Trabalhou por seis meses com a colega, até que ficou sabendo de uma casa no centro da cidade, na rua Guaianases. “Aí fui pra lá. Em um prive a gente tem mais segurança”.
E o marido? “Igual homem, a gente aprende a mentir. Não vou contar para ele nunca, nem pensar. Digo que estou trabalhando com promoção, fazendo uma faxina aqui, outra ali...vou enganando”, conta Tássia, que cobra dez reais por dez minutos de sexo. Metade do valor fica para a casa, mas ela não reclama. “Se eu trabalhasse normal, ia ganhar uns quatrocentos reais, não compensa. Não acho meu trabalho fácil. Abrir as pernas aqui é muito difícil, mas pra mim é a melhor opção”. Tudo é encarado com profissionalismo. “Eu não gozo, eu não me envolvo, só quero o dinheiro do cara”.
Até por isso, ela não pensa em sair tão cedo dessa vida. “Não passo dificuldades. Pago aluguel, compro minhas coisas e ainda dou dinheiro pro meu marido. Só quero pensar em parar daqui a uns dez anos”.
Ao fechar um programa e subir para o quarto, um pequeno cubículo com um colchão no chão, Tássia é direta. Pergunta ao cliente o que ele quer e sugere as posições. “De quatro, por cima ou atrás?”. A abordagem, porém, nem sempre é a melhor. “Tem uns caras que são muito tímidos e aí a gente precisa agitar eles. Outros parecem um furacão, que eu fico até com medo da vontade deles. E tem também os carinhosos, que são os mais gostosos”.
Uma das maiores dificuldades com os homens é a camisinha. Segundo a loira, muitos não querem usar o preservativo. “A gente tem caixa de camisinha aqui, que a casa dá. Tem que tomar muito cuidado também, porque durante o programa alguns caras tentam tirar a camisinha ou até furar”. Tássia garante que nunca transou com clientes sem proteção e ainda conta que agentes de saúde da prefeitura vão com freqüência à região para atender as prostitutas. “A gente tem que preservar a saúde, então acho muito bom esse cuidado”.
Outro ponto que gera desentendimentos freqüentes é o tempo. A maioria dos homens paga por apenas dez minutos de sexo, que saem por dez reais. Quando acabam os dez minutos, a gerente da casa berra o nome da garota e avisa que o programa acabou. Mas muitos não conseguem chegar ao orgasmo nesse curto período. “Eles ficam irritados e até discutem com a gente por causa disso. Temos que acalmar e explicar que isso é um trabalho, um serviço. Se quiser mais tempo, tem que pagar”.
A paranaense ainda conta sobre alguns desejos diferentes dos clientes. “Tem uns que querem virar mocinha. E que querem que todo mundo saiba. Aí chamamos as amigas daqui pra assistirem. Pra gente é tudo zoeira, é divertido”, conta ela, rindo. Ela lembra então de um caso especial. Juarez, um homem casado, de quarenta e poucos anos, freqüentava a casa com alguma freqüência. Depois de vários programas, tomou a liberdade de pedir para que Tássia usasse um vibrador para satisfazê-lo.
“E aí ele ainda falou pra eu ligar pra esposa dele e falar que tava comendo o marido dela. Foi uma situação chata, mas ela acabou assumindo a culpa pela feminilidade do marido. Falou que começou a fazer brincadeiras usando o dedo e depois comprou um consolo. Aí extrapolou a brincadeira. Agora ela diz que ele quer dar pra tudo quanto é moleque lá na rua onde moram”, narra Tássia, entre risos.
Apesar de se divertir ao contar as histórias dos programas, a loira destaca que precisa tratar todos com carinho. “Eles têm que gostar e querer voltar aqui. Precisamos dos clientes”.