quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
um guia para os putanheiros
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Tássia gostosa, anal s/ frescura - TX R$10
“É que nem andar de bicicleta. A gente vai tentando, tentando, tentando...até que não quer mais sair de cima”, exemplifica Tássia, brincando, ao contar sobre como começou na prostituição. A loira de trinta e um anos, nasceu no Paraná e veio para São Paulo há dez anos, acompanhada do marido. O primeiro emprego na capital foi como diarista, mas o trabalho era muito, e o dinheiro, pouco.
Quatro anos depois, conheceu uma garota que fazia programas na ruas do Brás. A amiga contava sobre o dinheiro que conseguia – muito mais do que o salário de Tássia, que acabou convencida a também tentar a sorte por lá. Trabalhou por seis meses com a colega, até que ficou sabendo de uma casa no centro da cidade, na rua Guaianases. “Aí fui pra lá. Em um prive a gente tem mais segurança”.
E o marido? “Igual homem, a gente aprende a mentir. Não vou contar para ele nunca, nem pensar. Digo que estou trabalhando com promoção, fazendo uma faxina aqui, outra ali...vou enganando”, conta Tássia, que cobra dez reais por dez minutos de sexo. Metade do valor fica para a casa, mas ela não reclama. “Se eu trabalhasse normal, ia ganhar uns quatrocentos reais, não compensa. Não acho meu trabalho fácil. Abrir as pernas aqui é muito difícil, mas pra mim é a melhor opção”. Tudo é encarado com profissionalismo. “Eu não gozo, eu não me envolvo, só quero o dinheiro do cara”.
Até por isso, ela não pensa em sair tão cedo dessa vida. “Não passo dificuldades. Pago aluguel, compro minhas coisas e ainda dou dinheiro pro meu marido. Só quero pensar em parar daqui a uns dez anos”.
Ao fechar um programa e subir para o quarto, um pequeno cubículo com um colchão no chão, Tássia é direta. Pergunta ao cliente o que ele quer e sugere as posições. “De quatro, por cima ou atrás?”. A abordagem, porém, nem sempre é a melhor. “Tem uns caras que são muito tímidos e aí a gente precisa agitar eles. Outros parecem um furacão, que eu fico até com medo da vontade deles. E tem também os carinhosos, que são os mais gostosos”.
Uma das maiores dificuldades com os homens é a camisinha. Segundo a loira, muitos não querem usar o preservativo. “A gente tem caixa de camisinha aqui, que a casa dá. Tem que tomar muito cuidado também, porque durante o programa alguns caras tentam tirar a camisinha ou até furar”. Tássia garante que nunca transou com clientes sem proteção e ainda conta que agentes de saúde da prefeitura vão com freqüência à região para atender as prostitutas. “A gente tem que preservar a saúde, então acho muito bom esse cuidado”.
Outro ponto que gera desentendimentos freqüentes é o tempo. A maioria dos homens paga por apenas dez minutos de sexo, que saem por dez reais. Quando acabam os dez minutos, a gerente da casa berra o nome da garota e avisa que o programa acabou. Mas muitos não conseguem chegar ao orgasmo nesse curto período. “Eles ficam irritados e até discutem com a gente por causa disso. Temos que acalmar e explicar que isso é um trabalho, um serviço. Se quiser mais tempo, tem que pagar”.
A paranaense ainda conta sobre alguns desejos diferentes dos clientes. “Tem uns que querem virar mocinha. E que querem que todo mundo saiba. Aí chamamos as amigas daqui pra assistirem. Pra gente é tudo zoeira, é divertido”, conta ela, rindo. Ela lembra então de um caso especial. Juarez, um homem casado, de quarenta e poucos anos, freqüentava a casa com alguma freqüência. Depois de vários programas, tomou a liberdade de pedir para que Tássia usasse um vibrador para satisfazê-lo.
“E aí ele ainda falou pra eu ligar pra esposa dele e falar que tava comendo o marido dela. Foi uma situação chata, mas ela acabou assumindo a culpa pela feminilidade do marido. Falou que começou a fazer brincadeiras usando o dedo e depois comprou um consolo. Aí extrapolou a brincadeira. Agora ela diz que ele quer dar pra tudo quanto é moleque lá na rua onde moram”, narra Tássia, entre risos.
Apesar de se divertir ao contar as histórias dos programas, a loira destaca que precisa tratar todos com carinho. “Eles têm que gostar e querer voltar aqui. Precisamos dos clientes”.